[RP Fechada] A Mão Amiga

Trama: A Escassez dos Rios
Status: Fechada
Data de Início: 01/06 - começo da noite
Data de Término: 01/06 - meia-noite (?)
Local: Long Beach
Participantes: Erebus e Oceanus

Cansaço. Aquele maldito corpo limitado agora parecia chumbo e não sabia o quanto sabiam de sua recente fuga. Tentara o máximo possível correr, mas o sol, aquela claridade ofuscante, todos aqueles réles humanos...

O que tinha acontecido, desde que fora atirado no Tártaro? Que roupas estranhas, construções e objetos estes humanos carregavam? Era como um mundo totalmente diferente do que fora banido fazia incontáveis anos... talvez séculos...

Cambaleou pela praia como um bêbado, tentando chegar a beira-mar. Suas forças retornavam aos poucos com o cair da noite. Suas roupas eram trapos de muitas eras antes, mas no momento indefiníveis. Poderia ser perigoso chegar perto de qualquer lugar, com os Deuses tomando conta do mundo, mas o que poderia fazer, além de se arriscar?

Oceanus era um dos que não tinham ficado de nenhum lado na guerra, talvez não tivesse recebido alguma maldição terrível, como ele ou Atlas. Era a sua esperança mais próxima de proteção, ainda que não soubesse se ele lhe estenderia uma mão amiga.

- Oceanus... - murmurou, caindo na areia sentado e respirando ruidosamente, fechando os olhos. - Apareça, irmão. - franziu a testa, desinflando um pouco seu ego para a próxima fala - Por favor. - maldição ridícula, quando pudesse se livrar daquele corpo mortal, finalmente...

Cronus ainda permanecia por debaixo dos panos, e Oceanus continuava a viver sua “mortal” vida de pesares e poucos prazeres. Aquele dia não era diferente, está a caminhar pelo porto de Liver Pool observando o mar, trajava-se como sempre como um normal inglês a caminhar pelas ruas.

Estava perdido em seus pensamentos quanto ouviu uma familiar voz lhe chamar.

- Oceanus...Apareça, irmão. Por favor.

O titã apenas se desvencilhou de olhos curiosos para sumir por entra as águas. Ao chegar a praia uma onda que teimava a voltar para o mar começava a borbulhar e tomar a forma de um homem. Com as mãos no bolso do sobretudo e com os olhos azuis e vivos fixos no titã a sua frente, Oceanus se materializou com um sorriso zombeteiro no rosto.

- Então o rebelde Éberus achou o caminho para superfície. Mas parece que ainda não se livrou de tudo. – riu ficando calado logo em seguida. – Poderia ficar de rodeios e deixar meu costume mortal tomar conta, mas acredito que não me chamou para uma conversa a toa. O que quer? – olhava ele sério e a distancia.

Podia muito bem suspeitar da proposta e das intenções do titã a sua frente, afinal os tempos estavam mudando...

- Então, o rebelde Érebus achou o caminho para a superfície. Mas parece que ainda não se livrou de tudo. - abriu os olhos, com expressões rancorosas. Seus olhos pareciam abismos negros, sem brilho e sem fundo. Já estava fazendo demais de conseguir desinflar o ego para ter de aturar algo daquele jeito.

As sombras e a escuridão retornavam com o cair da noite e sentia recuperar suas forças, aquilo não tinha mudado nos anos de enclausuramento.

- Poderia ficar de rodeios e deixar meu costume mortal tomar conta, mas acredito que não me chamou para uma conversa a toa. O que quer?

Respirou fundo. Não estava em condições de discutir com Oceanus, principalmente tendo acabado de fugir. Ele era o único que sabia de seu paradeiro agora e poderia informar a um daqueles malditos Deuses a qualquer momento. Não, não era bom ser impulsivo e orgulhoso. Poderia esbanjar arrogância mais tarde... no momento, sair e manter-se fora do Tártaro era maior prioridade.

- Um esconderijo, uma distração... sabe que não demorará muito para um daqueles filhos bastardos de Cronos virem atrás de mim quando descobrirem que me libertei. Preciso de tempo para me recuperar... e não conheço muitos por perto que, ao menos, não se importam com a minha presença na superfície...

- Um esconderijo, uma distração... sabe que não demorará muito para um daqueles filhos bastardos de Cronos virem atrás de mim quando descobrirem que me libertei. Preciso de tempo para me recuperar... e não conheço muitos por perto que, ao menos, não se importam com a minha presença na superfície...

Verdade seja dita, Oceanus realmente não se importava com o fato do titã estar ali na sua frente. Ele a muito não se importava com nada, mas ajudar Érebus só significava uma coisa:

- Você espera que eu tome um lado não é? Afinal nem sua irmã esperou o mesmo de mim... – disse seco – Nunca fui de me envolver nesses assuntos, não estou afim de ficar ao lado dos meus irmãos muito menos ao lado dos bastardos dos meus sobrinhos. Me faça ver como ajudando você não me faz escolher um lado nessa guerra? – sorriu com desdém.

Ele estava curioso para ver até onde chegariam as artimanhas da escuridão...

- Que guerra, Oceanus? - sorriu zombeteiro - Não pode escolher um lado que nem mesmo existe... ainda. Não vim aliá-lo a lado algum, não vou perder meu tempo fazendo algo que não irá surtir efeito. Mas eu sei que você tem algumas razões para que eu possa ajudá-lo no seu lado.

Viu os olhos verdes ganharem ligeiro interesse.

- Ouvi dizer que o tão orgulhoso Senhor e Soberano do Mar, Oceanus, agora tem de servir a outro. Um sobrinho, um novato sem experiência e sequer tinha controle sobre suas águas. Hoje ele as domina, faz o que bem quer dela e tem todos os seres marinhos a seu pleno dispor. De certo que fiquei impressionado por se curvar tão fácil, irmão... porém, como não é muito das guerras, não foi muito difícil de imaginá-lo entregando seus domínios tão facilmente...


Sua força, com o correr da noite, começava a aumentar gradativamente. Já conseguia relaxar, sentado na areia, com os braços atrás do corpo a apoiá-lo. Podia ver o brilho de ira que começava a faíscar do titã.

- Gostaria de presumir que isso não tenha ocorrido. Claro que não... ninguém poderia entregar seus domínios sem lutar, mas foi um ato em vão. Desde que o bastardo de Cronos assumiu o firmamento, nossa força diminuiu e nos obrigamos a ser rebaixados a meros servos e prisioneiros. - alargou o sorriso malévolo - É o que eu proponho, Oceanus... ajudar você a ter sua soberania sobre as águas do mundo em troca de apenas me dar cobertura. Uma distração qualquer até conseguir recuperar minhas forças. Não peço que se alie, nem que me apoie... mas eu apoiarei o seu lado. Eu o ajudarei a retomar o seu reino de volta.

- Que guerra, Oceanus? Não pode escolher um lado que nem mesmo existe... ainda. Não vim aliá-lo a lado algum, não vou perder meu tempo fazendo algo que não irá surtir efeito. Mas eu sei que você tem algumas razões para que eu possa ajudá-lo no seu lado

O titã permaneceu em silêncio querendo saber até onde a escuridão seria capaz de chegar.

- Ouvi dizer que o tão orgulhoso Senhor e Soberano do Mar, Oceanus, agora tem de servir a outro. Um sobrinho, um novato sem experiência e sequer tinha controle sobre suas águas. Hoje ele as domina, faz o que bem quer dela e tem todos os seres marinhos a seu pleno dispor. De certo que fiquei impressionado por se curvar tão fácil, irmão... porém, como não é muito das guerras, não foi muito difícil de imaginá-lo entregando seus domínios tão facilmente...

Oceanus teve sua mandíbula travada de raiva. De fato a única coisa que o perturbava era como Poseidon seguia com seu reinado, só isso lhe importava. Se transparecer a fúria em seu interior continuou observar calado a proposta que lhe era apresentada.

- Gostaria de presumir que isso não tenha ocorrido. Claro que não... ninguém poderia entregar seus domínios sem lutar, mas foi um ato em vão. Desde que o bastardo de Cronos assumiu o firmamento, nossa força diminuiu e nos obrigamos a ser rebaixados a meros servos e prisioneiros. É o que eu proponho, Oceanus... ajudar você a ter sua soberania sobre as águas do mundo em troca de apenas me dar cobertura. Uma distração qualquer até conseguir recuperar minhas forças. Não peço que se alie, nem que me apoie... mas eu apoiarei o seu lado. Eu o ajudarei a retomar o seu reino de volta.

Há tempos atrás em sonhos remotos o próprio Cronos já havia feito o favor de lembrar ao titã o que seu reino tornará nas mãos de Poseidon. Os olhos do titã brilharam num azul intenso encarando Érebus num sorriso maquiavélico.

- Tolo titã, não sou dado a batalhas, não sou dado a títulos, não me entrego tão facilmente a argumentos de submissão. – disse ainda rindo, caminhou observando o titã deitado – Aceitarei sua proposta contanto que fique claro uma coisa: a cabeça de Poseidon é minha.

Ele se aproximou e deixou sobre o peito do titã uma estrela marinha de pedra transparente. E se afastou, voltando a posição que permaneceu a conversa inteira.

- Irei atacar o acampamento dos semi-deuses dentro de dez dias. Mantenha a pedra consigo e não passará de um mortal a vagar por esse mundo, faça o que tiver que fazer, mas ninguém terá o sangue do atual senhor dos mares além de mim. – disse sério.

Pessoalmente ele ainda não planejava entrar numa batalha, mas não podia negar que gostaria de ter pelo menos uma vez o gostinho de ver Poseidon sofrendo em suas mãos.

- Aceitarei sua proposta contanto que fique claro uma coisa: a cabeça de Poseidon é minha. - sua voz era um sussurro ameaçador, os olhos azuis instáveis como num dia de águas tempestuosas.

Parecia que, de alguma forma que ainda desconhecia, a 'profecia' de Cronos para Oceanus - esta contada um pouco antes de sair do Tártaro para ele por seu senhor, pro caso de ser 'útil' - havia dado resultados e Poseidon não estava sendo um bom 'mandante'.

Oceanus nunca demonstrou tanta paixão para querer algo, como naquele momento.

Logo após, depositou em seu peito uma pedra transparente no formato de uma estrela marinha.

- Irei atacar o acampamento dos semi-deuses dentro de dez dias. Mantenha a pedra consigo e não passará de um mortal a vagar por esse mundo, faça o que tiver que fazer, mas ninguém terá o sangue do atual senhor dos mares além de mim.

Hum, interessante. Não era pedir muito, Cronos não iria negar um desejo tão simples, principalmente se isso lhe proporcionasse um pseudo-aliado onde seria apenas preciso camuflar que estava ajudando-os indiretamente.

Tocou a superfície da pedra, lisa e polida. Havia grudado como se possuísse ventosas em seu peito, mas poderia ser facilmente retirada, podia sentir. Principalmente quando arranjasse um modo de saber como se livrar daquela carcaça permanente.

- Poseidon será seu. Sem interrupção de outros Olimpianos, nem titãs. É o nosso trato.

Dez dias. Dez dias ele teria para conseguir sua forma titânica. Depois, quando a distração começasse, era a hora de uma fuga em massa de titãs do Tártaro, quando Hades acabasse por se ocupar um pouco fora de seus domínios.