Templo de Hades

Um local escuro e de aparência abandonada. Poucos são aqueles que tem a coragem de ir pedir algo ao Senhor do Submundo que, também, não sente falta deste tipo de visitação. Sendo totalmente desinteressado ao que ocorre na Superfície, não há muito o que oferecer a ele, tampouco.

As paredes são adornadas com desenhos de baixo-relevo de diversos tipos de morte. Fome, guerra, epidemias, catástrofes naturais eram retratados com bastante precisão para os que olhassem atentamente. O templo não possui nenhuma estátua, apenas um altar de mármore negro, adornado em ouro em seus detalhes, onde são colocadas as oferendas. Ali, diferentemente das paredes, havia apenas a imagem de uma espada onde, equilibrada com perfeita harmonia em sua ponta, havia uma balança.

Abaixo do desenho, em grego antigo, havia os dizeres:

"Ninguém escapará do Julgamento Final"

Para os semi-Deuses ousados, estejam avisados: sejam cuidadosos nos presentes que deseja dar. Hades é extremamente exigente e não se agrada facilmente.

Um templo para que Filhos, Devotos e demais Deuses tragam oferendas em troca de Ajuda. É valido para começo de missões (para abençoar armamento ou arsenal), abençoar poderes ou qualquer outro tipo de ajuda que queira. Vale ressaltar que a ajuda só será feita SE o Deus em questão quiser.



OFF: As bençãos podem ser retiradas no final da missão

Estava caminhando pelos Campos Elíseos a procura da melhor flor que poderia nascer ali, quando ecoou em sua mente uma prece - muito intrometida, diga-se de passagem - do garoto que reivindicara sua paternidade.

- E então? O senhor quer que eu cumpra minha missão, não é? Mas, não poderei cumpri-la se não fizer sua parte, então, por favor, senhor ó grande Hades... - pausou por alguns momentos, era perceptível sua falta de fé - ... me conceda equipamentos para que eu possa fazer a missão, por favor.

Claro que não iria aceitá-lo sem mais nem menos... ele tinha um pouco de seu jeito, mas não queria dizer nada. Primeiro, ele precisaria se mostrar útil e fiel... depois, deveria ser minimamente aceito por sua querida Perséfone e, por fim, o reclamaria como próprio filho.

Vamos dar uma ajuda, eu realmente preciso daquilo, porém, melhor começar a ensiná-lo um pouquinho de respeito depois.

Pouco depois, a frente dele, um redemoinho de sombras bem sólidas e diferentes ao redor começou a se formar. Quando dissipou, havia uma Foice de Almas Pequena, uma Adaga de Umbracinese Primária, um Escudo de Ossos e uma Armadura Infernal Menor. Acima deles, havia um tipo de envelope que ao abri-lo, exibia em uma letra floreada e aristocrática a frase:

"Uma reza menos insolente me agradaria muito mais, lembre-se disso quando for pedir mais alguma coisa. Não serei tão tolerante."

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Os equipamentos em questão são dos meus iniciantes. Encontram-se listados aqui: https://refugio-meiosangue.forumeiros.com/t59-presente-de-reclamacao-filhos-de-hades

Adaga da Umbracinese Primária: esta adaga foi abençoada pelo próprio Hades e concede ao seu portador, quando empunhada, de mover sombras e, com alguma concentração, produzir um escudo temporário em torno de si e diminuindo a força do dano que receberá. Porém, ela não torna seu portador mestre nesta arte, tendo apenas a capacidade de um iniciante.

Ali? Tinha encontrado?, perguntou-se ao se aproximar de uma Roseira, negra como tudo. Então, poderia nascer Príncipes Negros em seu mundo escuro e quase completamente estéril. Ajoelhou-se ao seu lado, porém, pouco antes de ter a ideia de recolhê-lo, novamente outra prece.

- Obrigado Hades, ou se o que minha mãe disse antes de morrer for verdade... Obrigado, pai... me pergunto se já recebeu minha mãe no submundo, ou se sabe para onde ela foi... Às vezes também me pergunto se realmente a amava... Também não sei por onde começar a procurar o que você pediu... poderia me dar uma luz?... ou melhor dizendo no seu caso, uma escuridão?

Seus lábios se curvaram levemente com o senso de humor. Voltou os olhos para sua bela flor que entregaria dali a pouco. Mostrar que existira, ao menos um pouco, de beleza em seu mundo de dores...

A frente dele, as sombras começaram a se formar novamente. Pareciam produzir uma pequena maquete. Logo depois, bem a frente da maquete, encontrava-se outro envelope. A pequena estrutura de sombras mostrava as ruínas de um templo. Ele entenderia a quem pertencia o tal. Dentro do envelope, estava escrito:

"As ruínas do templo de Delfos, na Grécia, escondem o que procura. Sugiro, seriamente, que leve alguém com você na sua busca. O templo é protegido e seus guardiões não são nada amigáveis a ladrões. Procure auxílio dos outros Deuses, antes de partir.

PS: Concentre-se na sua missão. Se você fracassar, lhe informarei o que perguntou em devaneios quando julgar-lhe o seu destino no pós-morte."

Logo embaixo havia uma passagem para a Grécia que decolaria para dali uns dois dias. Era o tempo que lhe daria de pedir ajuda.

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Link de Continuação: https://refugio-meiosangue.forumeiros.com/t72p15-aposentos-de-persefone#272

Mortal insolente... tentando violar as regras do meu mundo..., pensava com certa impaciência, enquanto sentia que tentavam produzir uma passagem clandestina do Tártaro a superfície. Como se ele, Senhor do Submundo, não pudesse sentir tais tentativas de invasão. Porém, ainda possuía tempo e não se dignaria a ir para a Superfície sujar as mãos com um simples humano que não sabia o devido lugar...

Porém, seus pensamentos foram interrompidos quando sentiu a presença de um mortal em seu templo 'sagrado', ao qual não sabia para que existia. Não fazia a mínima questão de ter contato com os mortais, ainda que naquele momento, poderia utilizar um deles para sujar as mãos por si. Observou com interesse, tornando as sombras que dominavam o local um meio de analisar os passos do Semi-Deus, sem precisar ter de ir até lá. Não era adepto ao contato direto com mortais.

Dos tantos animais imundos e indiferentes a morte que vagueavam por seu templo quase abandonado, o jovem decidiu matar impiedosamente um rato que lhe viera aos pés, esmagando-o com as mãos. Estreitou os olhos, analisando-o a limpar na calça o sangue que escorria do corpo imundo.

Forte, pensou, ajeitando-se de modo mais confortável, cruzando as pernas de modo elegante em seu trono no Tribunal e parando o julgar de almas. Um pouco mais de tempo em espera não os faria... morrer, não era mesmo?, pensou com ironia.

Logo ele recitou o seu pedido, sem demonstrar medo ou ansiedade.

- Hades, deus do mundo dos mortos, venho até aqui pedir sua benção, já que em breve estarei saindo em uma missão. - ele abaixou-se aos seus pés, depositando um capacete de prata com um par de chifres de... hum... Quimera? Pareciam frescos... logo após depositá-lo aos seus pés, retornou a ficar ereto - Espero que aceite isso como um presente.

Suspirou. Não precisava de capacetes de prata, não precisava de nada do mundo da superfície. Ainda assim, o garoto poderia lhe presentear com algo muito desejado... afinal, sua falta de temores e uma morte desnecessária só poderiam significar ser filho de um Deus: Ares. E os filhos deles sempre eram muito úteis para essas tarefas de limpeza.

A frente do garoto, as sombras dos cantos encobriram o capacete por inteiro por alguns instantes, antes de retornarem a se afastar e, por um momento, pareceu não ter acontecido absolutamente nada. Porém, assim que o Semi-Deus erguesse o capacete do chão, ele veria um envelope, logo em cima de uma adaga pequena que parecia extremamente inútil. Um símbolo adornava tanto a frente do capacete na testa e o cabo da adaga, além do próprio envelope: uma espada na vertical e, na ponta, equilibrado com perfeição, uma balança.

Dentro estava escrito, numa letra aristocrática e elegante:

"Não aceitarei o seu capacete como oferenda, Semi-Deus. Pegue-o e use para algo mais útil. Sua oferenda será aceita assim que cravar esta adaga no coração do mortal insolente que perseguirá e somente nele. Se o fizer em qualquer outro, reze para ganhar a imortalidade. Lembre-se: que ele esteja vivo quando o fizer."

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Presentes:

Adaga da Punição: esta adaga irá levar a vítima em que se cravar de corpo e alma para o Tribunal de Hades.
Capacete de Prata Abençoado: Dá ao seu portador o poder de ver no escuro e espíritos que, por acaso, possam ter fugido durante a abertura do portal.

Entro no templo do deus Hades esperava encontrar algo por lá, chegando dentro vejo o templo escuro e frio, sem muitas delongas me concentrei no que iria fazer e fui até a estatua do Deus no centro do templo.

- Deus Hades, deus dos mortos, venho humildemente na minha posição de meio-sangue lhe pedir auxilio e benção em uma missão, trago-lhe algumas oferendas senhor Hades primeiro um presente para sua bela esposa Perséfone e que você poderá usar para conquista-la, são sementes das mais raras flores do campo e que sei que ela vai gostar, para você eu trouxe um escudo de ossos de quimera resistente e inquebrável, e algo mais útil peguei isso no templo de Afrodite e acho que lhe servirá muito bem, são murtas rogam a lenda que quem as pega no templo de Afrodite terá sorte no amor e conseguira ficar ao lado da pessoa que mais deseja. - Coloco as coisas no altar e espero o deus me atender.

- Próximo. - disse, dispensando mais um espírito para as Fúrias. Poseidon não pareceu ajudar, até porque, ele nunca parecia entender suas indiretas.

Suspirou, conformado. Era sozinho para resolver seus próprios problemas desde que tinha praticamente sido exilado lá para baixo.

"Deus Hades, Deus dos Mortos, venho humildemente na minha posição de meio-sangue lhe pedir auxílio e benção em uma missão". Claro, era só o que lhe faltava... vir vivos ficarem lhe pedindo por ajuda em missões que pouco lhe interessavam. "Trago-lhe algumas oferendas, senhor Hades. Primeiro um presente para sua bela esposa Perséfone e que você poderá usar para conquistá-la". Sua atenção ficou maior com essas palavras. Ouvira muitos conselhos e apesar de um mortal ser de desconfiança, ainda assim qualquer ajuda era válida nessa questão. "São sementes das mais raras flores do campo e que sei que ela vai gostar". Flores diferentes para Perséfone... será que conseguiria fazê-las crescer antes de Perséfone ir lá embaixo? "Para você eu trouxe um escudo de ossos de quimera resistente e inquebrável, e algo mais útil. Peguei isso no templo de Afrodite e acho que lhe servirá muito bem. São murtas. Rogam a lenda que quem as pega no templo de Afrodite terá sorte no amor e conseguirá ficar ao lado da pessoa que mais deseja."

O escudo não era importante, mas o restante sim. Acabou se interessando na mortal que havia lhe trazido todas aquelas oferendas, fazendo as sombras produzirem um tipo de espelho falso, onde podia vê-la de pé a encarar sua estátua imóvel, mas sabia que a recíproca não era verdadeira. As oferendas encontravam-se sobre o altar e ela esperava logo a frente que algo acontecesse.

Mesmo dali podia sentir o cheiro de um filho de Poseidon. Achatar o caminho de sombras para tornar um local tão distante quase ali do lado tornava possível esse tipo de situação. Um filhote de Poseidon lhe pedindo ajuda numa missão não era todo dia que ocorria, ainda sendo uma fêmea. Você não sabe fazer uma conquista a longo prazo.

Não podia negar que nunca tinha sequer tentado algo do gênero. Começar algo do zero e descobrir sem ser de longe, mas ali, ao lado. Não devia ser tão difícil... e ainda podia dar uma implicadinha com seu irmão.

Apareceu às costas dela num redemoinho de sombras, recostado relaxadamente no batente da porta. Seus olhos, como um par de diamantes, analisavam suas costas, observando seus trajes. Parecia comum, mas aquela aura de Poseidon era nítida. O cheiro de mar salgado parecia transpirar por sua pele mortal. Como era de costume, sua forma campista não mudou de maneira alguma.

Usava uma camisa comum preta e lisa que era ligeiramente larga, mas não a ponto de parecer o dobro, era apenas larga o suficiente para ser confortável e de manga curta. Nos pulsos, um par de braceletes de um metal negro contrastavam contra sua pele pálida, muito pálida. A calça jeans preta ia até os tornozelos e correntes de prata pendiam de seus bolsos. O cinto era cheio de rebites de prata e, acoplado a ele, a bainha de uma espada. O All Star preto e branco era talvez algo bem chamativo em sua roupa quase inteiramente negra.

- Oferendas para o Senhor dos Mortos não costumam fazer muito efeito. - comentou calmamente, os braços cruzados em cima do peito, esperando a reação da menina.

Eu tentava manter a calma e fingir que estava em um lugar melhor, aquele lugar me dava arrepios. O que eu estava fazendo ali? Pelos deuses e sozinha ainda, eu precisava de bençãos para minha missão ao lado de Matt e nada mais que a benção de um deus tão poderoso quanto Hades.

Estava ajoelhada no altar, com o olhar vidrado na estatua a frente, não conseguia um segundo tirar os olhos dali, aquele lugar era medonho, como alguém conseguiria ficar muito tempo em um lugar como aquele? Horripilante, escuro, frio, gélido e o pior com um cheiro de morte tão grande, a única coisa que passava na minha cabeça era fugir, se ele demorasse mais um segundo a aparecer eu iria embora.

Respirei fundo, notei algumas sombras se moverem, os pelinhos do meu braço se arrepiaram, o que eu iria fazer? Hades era muio poderoso e podia tentar o que quisesse comigo, nem que eu tentasse fugir agora já não teria mais volta. Olhei para os lados nervosa, foi que ouvi uma voz atrás de mim, quase cai dura no chão mas quando olhei para trás e vi que era um menino me acalmei, pelo ou menos não estava mais sozinha, mesmo que aquele garoto não me passasse confiança.

- Oferendas para o Senhor dos Mortos não costumam fazer muito efeito. - comentou calmamente, os braços cruzados em cima do peito, esperando a reação da menina.

- É? E como sabes garoto? Quem é você e o que fazes aqui? Pelo que eu saiba o senhor dos mortos não e muito visitado - O Encarei tentando não transparecer meu medo.

- É? E como sabe, garoto? Quem é você e o que faz aqui? Pelo que eu saiba, o Senhor dos Mortos não é muito visitado. - sua fala era agressiva e, lendo sua alma, era fácil saber que ela estava com medo de seu pequeno espaço particular no mundo dos vivos.

Ele deu um riso baixo e curto, divertindo-se com a situação. Com um pequeno empurrão de um de seus braços, ele desencostou da pilastra e se colocou de pé, ereto. Era alto e bastante imponente, apesar do corpo magrelo. A ponta de seus dedos agora se encontravam no bolso dos jeans, quando começou a caminhar na direção dela.

- Você deveria se acalmar... - sua voz era bem macia e de uma calma... quase surreal. Ele observava ao redor, olhando os adornos de morte, esqueletos, dentre outras cenas funestas que adornavam suas paredes e estavam esquecidas naquele momento. Não que ele estivesse se importando. Retornou sua íris de diamante para encará-la, agora mais perto - É tão agressiva assim com as pessoas que encontra? - abriu um sorriso, praticamente perfeito. 'Espontâneo' e 'natural'.

Continuei o encarando, será que eu deveria sair correndo? Eu não sabia como responder essa pergunta. Cruzei meus braços na frente do corpo em uma forma de proteção. Não queria conversa, não naquele momento e muito menos naquele lugar. Olhei atravessada quando vi ele se aproximando de mim, dei alguns passos para trás tentando fugir daquele garoto que eu não sabia nada sobre.

O medo falava mais alto, ainda naquele lugar horripilante que não ajudava em nada. Busquei uma forma de me defender caso ele tentasse algo, olhei para todos os lugares buscando alguma coisa afiada, pontiaguda mas os únicos adornos que se via, eram adornos de morte, esqueletos, dentre outras cenas funestas que adornavam aquelas paredes.

Respirei fundo, no fundo sabia que não precisava ter tanto medo. Hades era um dos deuses maiores o que poderia fazer a uma mortal que só queria sua proteção? Olhei para o menino novamente, e até que ele não era de todo mal podia passar um pouco de medo de inicio mas conversaria tranquilamente com ele.

- Você deveria se acalmar... - É tão agressiva assim com as pessoas que encontra?

- Não com todas as pessoas - Se lembrava do Matt. - Eu diria que só com pessoas inoportunas que nem você, que chegam do nada em um lugar como esse - Respirei fundo e dei um sorriso fraco. - Mas me diga garoto, quem é você? E o que faz aqui? Como eu disse que eu saiba Hades não é de receber muitas visitas.

Estava mais calma mas mesmo assim não abaixaria minha guarda, fiquei esperando a resposta que demorou para vir.

- Não com todas as pessoas. - viu a imagem do outro filhote de Poseidon passar por sua mente. Obviamente ela teria sentido a atração entre irmãos. - Eu diria que só com pessoas inoportunas que nem você, que chegam do nada em um lugar como esse. - seu sorriso, se possível, apenas pareceu alargar-se e um brilho divertido reluziu em seus olhos.

Mortais. Não conseguem ter respeito nem entre eles.

- Mas me diga garoto, quem é você? E o que faz aqui? Como eu disse que eu saiba Hades não é de receber muitas visitas.

- De certo, não é. Por isso estou aqui. Gosto do silêncio, quando preciso pensar, e aqui sempre eu o encontrarei. Esse silêncio de morte. - deu de ombros como se nem se importasse com a expressão - E eu sou apenas um... campista antigo. Nico di Angelo. - curvou levemente o corpo num cumprimento formal, enquanto acrescentava - Não costumo ficar aqui muito tempo, mas apareço algumas vezes para ver como estão as coisas pelo acampamento. Poderia saber quem é a senhorita? - claro que não era preciso algo do estilo, ler sua alma fazia-o saber de cada pedaço de bondade e maldade que havia nela, imagine coisas tão tolas quanto idade ou nome. Mas ser campista era sempre enfadonho nesse ponto.

Sorri jovialmente, já estava bem mais calma. Eu gostava de fazer amigos, apesar de nem sempre conseguir isso. Estava feliz por alguém estar naquele lugar horripilante comigo, mesmo que ele não me passasse um pingo de confiança.

- De certo, não é. Por isso estou aqui. Gosto do silêncio, quando preciso pensar, e aqui sempre eu o encontrarei. Esse silêncio de morte. - deu de ombros como se nem se importasse com a expressão - E eu sou apenas um... campista antigo. Nico di Angelo. - curvou levemente o corpo num cumprimento formal, enquanto acrescentava - Não costumo ficar aqui muito tempo, mas apareço algumas vezes para ver como estão as coisas pelo acampamento. Poderia saber quem é a senhorita? - claro que não era preciso algo do estilo, ler sua alma fazia-o saber de cada pedaço de bondade e maldade que havia nela, imagine coisas tão tolas quanto idade ou nome. Mas ser campista era sempre enfadonho nesse ponto.

Ouvi atentamente o que ele disse, o encaro e respondo.

- Bom, meu nome é Helena. Eu cheguei aqui tem poucos dias, ainda não conheço muito. Só vim pedir a benção de Hades, vou sair em uma missão junto com um outro menino do acampamento o nome dele é Matt - Respiro fundo e continuo dizendo. - Você o conhece? Ele é uma pessoa bem bacana, mas me fale de você. Nunca te vi por aqui, você é filho de quem? Eu espero saber sobre meu pai ou mãe logo, sorrio para ele.

Ela se acalmou e tentou deduzir se era algo bom ou ruim. Deduziu que algo em torno do meio-termo.

- Bom, meu nome é Helena. Eu cheguei aqui tem poucos dias, ainda não conheço muito. Só vim pedir a benção de Hades, vou sair em uma missão junto com um outro menino do acampamento, o nome dele é Matt. Você o conhece? Ele é uma pessoa bem bacana. Mas me fale de você. Nunca te vi por aqui, você é filho de quem? Eu espero saber sobre meu pai ou mãe logo.

Ela tinha que ter mais calma. Aquela tagarelice era um pouco irritante, mas não demonstrou em suas feições sempre calmas e constantes. Indecifráveis. Quase toda a sua aparência dava um que de mistério, mas no momento tinha suprimido a parte de sua aura que dava uma advertência sobre o perigo que era chegar perto. Era sempre bom suprimi-la quando queria tentar um contato mais... 'mortal'.

- Primeiramente, prazer em conhecê-la... Helena. - sorriu de lado - E já conheço este 'Matt' de que fala, um pouco antes de sair em uma missão. Eu o vi no primeiro dia dele aqui, pelo que ele disse... - suspirou, seus olhos de diamante observando as mechas do cabelo dela agora com um ar estranho, suas expressões retornando a insensibilidade comum. Logo depois, foi como se ele quebrasse a conduta de seus pensamentos. Perséfone sempre parecia lhe distrair... acontecia com uma frequência alarmante naqueles anos - Nunca fui reclamado. - falou de modo indiferente, talvez pudesse ser interpretado como certo ressentimento - E que missão é essa que irá? - perguntou com um tom de leve curiosidade, apesar de não senti-la propriamente dito. Imitações e séculos de experiência em atuar de forma normal davam essa capacidade de parecer espontâneo.

Eu imaginei que ele não estaria fazendo algo de bom, um garoto de seus 16 anos sozinho no templo de Hades? Não era uma boa coisa. Fiquei com meus pensamentos perdidos encarando a parede atrás do garoto, até que fui tirada de meus devaneios por ele.

- Primeiramente, prazer em conhecê-la... Helena. - sorriu de lado - E já conheço este 'Matt' de que fala, um pouco antes de sair em uma missão. Eu o vi no primeiro dia dele aqui, pelo que ele disse... - suspirou, seus olhos de diamante observando as mechas do cabelo dela agora com um ar estranho, suas expressões retornando a insensibilidade comum. Logo depois, foi como se ele quebrasse a conduta de seus pensamentos. Perséfone sempre parecia lhe distrair... acontecia com uma frequência alarmante naqueles anos - Nunca fui reclamado. - falou de modo indiferente, talvez pudesse ser interpretado como certo ressentimento - E que missão é essa que irá? - perguntou com um tom de leve curiosidade, apesar de não senti-la propriamente dito. Imitações e séculos de experiência em atuar de forma normal davam essa capacidade de parecer espontâneo.

- O prazer é meu Nico. Pois bem, Matt sairá em missão para saber quem é seu pai ou mãe e me chamou para ir com ele. Sinceramente, eu gostei bastante da ideia. Posso treinar um pouco já que não tenho nenhuma experiência.

Fiquei encarando aqueles olhos cor de diamante que pareciam indecifráveis. Eu adorava um desafio, e esse surgiu para mim como se fosse um. Tentar decifrar Nico di Angelo ou melhor tentar conhece-lo melhor. Não sentia mais medo, nem frio e nem nada do tipo. Comecei a me acostumar com a presença de Nico, pode se dizer que era algo bom. Podíamos até nos tornar amigos, quem sabe.

- E então Nico, não tens curiosidade para saber quem são seus pais? Se fosse outra pessoa acho que gostaria de saber. Eu particularmente quero saber quem são os meus. - Quando eu vou saber? Não sei. Só espero que seja logo, pensava.

Respirei fundo e encarei o chão.

- O prazer é meu, Nico. Pois bem, Matt sairá em missão para saber quem é seu pai ou mãe e me chamou para ir com ele. Sinceramente, eu gostei bastante da ideia. Posso treinar um pouco já que não tenho nenhuma experiência. - pensou seriamente que seria melhor ela treinar nas Arenas de Treino antes de sair, mas quem era ele para falar alguma coisa? - E então, Nico, não tem curiosidade para saber quem são seus pais? Se fosse outra pessoa acho que gostaria de saber. Eu particularmente quero saber quem são os meus.

Suspirou com um ar pesaroso.

- A missão em que estive era com essa finalidade. O objetivo era atravessar todo o submundo e sair, ajudando mais três campistas a conseguirem ser reclamados. Tive esperanças de que conseguiria, porém você pode ver o resultado. Era sobre isso que estava pensando. Começo a acreditar que, seja quem for meu pai ou mãe, deve me odiar. Tudo bem, nunca precisei deles para nada, sempre sobrevivi sozinho. Bem sozinho. - olhou de lado e retraiu minimamente a sobrancelha com as lembranças de sua infância familiar feliz. Muito feliz, pensou com certa ironia. - O que precisará fazer nesta missão para que seu amigo Matt seja reclamado? E, com alguma sorte... você, suponho.

Que pena não poder estar no momento que Poseidon fosse reclamá-los. Devia ser uma cena divertida de se ver, ao perceberem terem o mesmo pai. Até poderia perder um pouco de seu precioso tempo para ver, mas Perséfone o ocupava completamente. Um dos motivos dele estar ali em pessoa conversando com uma mortal.

Ele ficou em silêncio por um tempo e eu esperando que me respondesse, eu imaginei que ele devia me achar uma faladeira não parei de falar nem um segundo. Então olhei para ele com um sorriso meio envergonhado, mas amigável ao mesmo tempo. Um tempo depois ele disse.

- A missão em que estive era com essa finalidade. O objetivo era atravessar todo o submundo e sair, ajudando mais três campistas a conseguirem ser reclamados. Tive esperanças de que conseguiria, porém você pode ver o resultado. Era sobre isso que estava pensando. Começo a acreditar que, seja quem for meu pai ou mãe, deve me odiar. Tudo bem, nunca precisei deles para nada, sempre sobrevivi sozinho. Bem sozinho. - olhou de lado e retraiu minimamente a sobrancelha com as lembranças de sua infância familiar feliz. Muito feliz, pensou com certa ironia. - O que precisará fazer nesta missão para que seu amigo Matt seja reclamado? E, com alguma sorte... você, suponho.

Eu o encarei com a sobrancelha erguida. Eu? Não tinha pensado nisso, ele poderia ter razão.Quem sabe se eu desse sorte não descobriria nessa missão meu pai ou mãe também, além é claro do Matt. Eu não podia esquecer que essa era a finalidade da missão, mesmo que eu estivesse curiosa para conhecer meus pais.

- Nossa que triste Nico. Eu não imaginava que você ainda não tinha sido reclamado, desculpa. O que preciso fazer na missão de Matt? - me perguntei - Então, não sei ainda.Só ficarei sabendo quando realmente ela se iniciar.

Comecei a rir baixinho. Eu estava um pouco nervosa com tudo aquilo, nunca tinha saido em missão. Nem imaginava o que poderia acontecer.

- Mas, você já imaginou quem poderia ser seu pai ou mãe?

Eu não conseguia tirar os olhos do garoto, ele era um incognita. Era como se ele não fosse um mortal, algo maior. Era uma sensação estranha, será que podia confiar? ... Mas um estalo fez com que eu acordasse e pensasse consigo: será que ele é filho de Hades?... Olhei o jeito do menino...

- Nossa que triste, Nico. Eu não imaginava que você ainda não tinha sido reclamado, desculpa. - ela parecia realmente sentida pela sua 'condição' de indeterminado, então continuou, como se quisesse mudar daquele assunto triste - O que preciso fazer na missão de Matt? Então, não sei ainda. Só ficarei sabendo quando realmente ela se iniciar. - ela riu baixinho, de um modo nervoso. Podia ver um leve corar de suas maçãs do rosto.

Ergueu lentamente a mão em direção a face levemente avermelhada, quase hipnotizado por aquele pequeno corar. Lembrava tanto Perséfone. Os cabelos ondulados, aquela pulsação de vida tão chamativa.

- Mas, você já imaginou quem poderia ser seu pai ou mãe? - veio a pergunta repentina, onde a garota tentava se recompor. Seus olhos encararam os dele de modo direto e foi quando pareceu acordar finalmente. Azuis, cabelos loiros. A imagem de Perséfone dissolveu-se e ele pareceu voltar a normalidade, piscando várias vezes como se acordasse de um transe, a mão ainda erguida em direção ao rosto dela.

Silêncio, enquanto ele processava. Maldição de sentimento!, pensou ligeiramente irritado, ainda que não o demonstrasse.

- Não faço ideia, Helena. - respondeu, afastando-se um pouco e se virando para algum pintura como se quisesse se afastar um pouco, pegar mais espaço. Era mesmo o que queria - Não é fácil descobrir, nem sempre adquirimos personalidade parecida com eles. Algumas habilidades, mas nunca descobri quais eram. Mas, diga-me, o que falava a profecia que o Oráculo lhe deu? - perguntou para mudar rapidamente de assunto. - Já fiz muitas, posso ter uma ideia do que a espera...

Sim, se concentrar naquela missão dela seria algo bem mais fácil de conversar. Porque ele não tinha exatamente uma história plausível de mortal para falar.

Observei Nico, ele ergueu a mão e quase colocou em meu rosto. O encarei tentando entender o do por que ele faria isso. Ele mal me conhecia e euestava começando a gostar de uma outra pessoa, tais pensamentos passavam por sua cabeça, mas ele logo se virou e mudou de assunto.

- Não faço ideia, Helena. - respondeu, afastando-se um pouco e se virando para algum pintura como se quisesse se afastar um pouco, pegar mais espaço. Era mesmo o que queria - Não é fácil descobrir, nem sempre adquirimos personalidade parecida com eles. Algumas habilidades, mas nunca descobri quais eram. Mas, diga-me, o que falava a profecia que o Oráculo lhe deu? - perguntou para mudar rapidamente de assunto. - Já fiz muitas, posso ter uma ideia do que a espera...

- Err.. Deixa eu tentar lembrar o que elas disseram. - olhei para o horizonte tentando me lembrar dos fatos passados. - Suas palavras foram:

" Daqui uns dias, algo grande verão
Envolvidos serão em escuridão
Atentos estejam, a maldição que os procurará
Pois disso, uma prova de lealdade terá.
Os céus devem alcançar
E a pedra da liberdade devem recuperar
Antigos e novos mais uma vez se vão
Tomem cuidado na escolha da tradição"

Disse tudo de uma só vez. Desviei meus olhos dos dele, respirei fundo e continuei falando.

- Então o que achas que elas quiseram dizer com isso? Eu e Matt ainda não tivemos tempo de falar sobre isso. Sabe, eu vim aqui pedir a benção e ele está muito preocupado com isso tudo. Se você puder nós ajudar, eu agradeceria.

Olhei para as costas dele, único ponto que meus olhos tinham acesso. Fiquei esperando ele responder. Quem sabe ele não poderia ajudar.

Ouviu com calma a profecia que ela lhe ditou e suas sobrancelhas, a cada palavra, pareciam ficar mais unidas. Rugas se formavam, conforme as palavras rimadas iam tentando ser processadas em sua mente.

Com certeza elas faziam algum sentido futuramente, porém não sabia exatamente o que elas significavam naquele momento. Maldição que os procurará? Até onde sabia, Poseidon não era nenhum tipo de maldição, até onde sabia...

No meio de seus devaneios, Helena tinha retornado a falar.

- Então o que acha que elas quiseram dizer com isso? Eu e Matt ainda não tivemos tempo de falar sobre isso. Sabe, eu vim aqui pedir a benção e ele está muito preocupado com isso tudo. Se você puder nos ajudar, eu agradeceria.

- As únicas coisas concretas nesta profecia, é que deverão buscar alguma coisa no Olimpo e que isso ocorrerá em alguns dias, logo após um grande acontecimento... algo visível. O resto é um tanto confuso... Lealdade a quem? Escolhas de tradição? - parecia concentrado, mas logo deu de ombros, levantando o braço como se fosse um movimento corriqueiro - Infelizmente é tudo que posso ajudar. - virou-se, caminhando para perto e fez o seu melhor olhar de espanto. - Não acredito.

Olhava por cima do ombro dela. 'Magicamente', a murta e as sementes tinham desaparecido, porém o escudo continuava ali, intacto. Acima do escudo, havia um pequeno envelope. Escrito em letra elegante, assim que o abrisse, havia as seguintes palavras:

"Leve o escudo, não tenho interesse em coisas mortais. Quem sabe ele seja útil na sua missão. Porém, me agrada o restante e por isso, lhe darei minha benção: poderá chamar um cão infernal. Tenha em mente, porém, que ele só poderá ser chamado uma vez. Pense bem antes de utilizá-lo."

Embaixo do escudo, havia um apito azulado. Ele parecia feito de gelo e, ao tocar era frio. Porém, suportável.

- Gelo Estigiano. - comentou, analisando o apito, como se fosse algo incrível. - O Senhor dos Mortos a atendeu.

Eu fiquei o encarado, esperando por alguma resposta. Será que ele tinha entendido?

- As únicas coisas concretas nesta profecia, é que deverão buscar alguma coisa no Olimpo e que isso ocorrerá em alguns dias, logo após um grande acontecimento... algo visível. O resto é um tanto confuso... Lealdade a quem? Escolhas de tradição? - parecia concentrado, mas logo deu de ombros, levantando o braço como se fosse um movimento corriqueiro - Infelizmente é tudo que posso ajudar. - virou-se, caminhando para perto e fez o seu melhor olhar de espanto. - Não acredito.

- O que houve? - Olhei assustada para ele.

Ele levantou um envelope e me encarou. O que queria dizer aquilo? Eu não sei. Fiquei prestando atenção em cada palavra que ele lia.

"Leve o escudo, não tenho interesse em coisas mortais. Quem sabe ele seja útil na sua missão. Porém, me agrada o restante e por isso, lhe darei minha benção: poderá chamar um cão infernal. Tenha em mente, porém, que ele só poderá ser chamado uma vez. Pense bem antes de utilizá-lo."

Embaixo do escudo, havia um apito azulado. Ele parecia feito de gelo e, ao tocar era frio. Porém, suportável.

- Gelo Estigiano. - comentou, analisando o apito, como se fosse algo incrível. - O Senhor dos Mortos a atendeu.

Fiquei sem acreditar que Hades havia aceitado meus presentes.

- Nossa, eu não acredito. Obrigado Hades - agradeci.

Respirei e voltei a encarar o Nico.

- Obrigado a você também Nico pela ajuda. - Peguei o apito e o escudo e voltei a dizer. - Bom, melhor eu ir agora. Mas antes, só me diz uma coisa, tem certeza que gosta desse lugar? - eu olho para ele.

- Bom, melhor eu ir agora. Mas antes, só me diz uma coisa, tem certeza que gosta desse lugar? - via através de seus olhos azuis como se quisesse ter certeza de que se sentia confortável num lugar tão tétrico. Que pena que a resposta era 'Esse é o meu lar', porém achou prudente disfarçar algo do gênero.

- Lembra meu lar. - falou calmamente, dando de ombros - Meu pai era um coveiro, morávamos dentro do cemitério. Sendo que nunca vi nada de extraordinário acontecer aqui, imagino que seu dono não se importe com a minha intrusão. - sorriu divertido. - Mas prometo tentar encontrá-la em lugares menos... hum... assustadores, para a senhorita.