Jardim das Ninfas

O Jardim das Ninfas se localiza em um outro pedaço de terra flutuante, interligado a outras por pontes.

O jardim é enorme, cheio de plantas e árvores. O sol bate com brandura sobre a copa das árvores e das belas flores que carpeteiam o chão durante a primavera, principalmente, e lhes dão o calor necessário para permanecerem vicejantes. Alguns pequenos bichos silvestres também vivem aqui, como esquilos e cervos, cuidados e controlados pelas Ninfas e Sátiros. Este jardim era muito frequentado por Perséfone antes de ser raptada por Hades.

É um lugar muito calmo, bonito, com sons relaxantes e o cheiro das flores parecem recender mais do que o natural terrestre, embriagando os mais fracos ou que desconhecem os prazeres de uma vida natural com seu perfume adocicado.

Caminhava pelas paisagens floridas, recolhendo flores, sob o sol morno de fim de tarde. Tinha um sorrisinho bobo no rosto, recordando dos dias desde que chegara ao Olimpo. Aqueles dias tinham sido cheios de comemorações, abraços, reencontros e muito amor no ar pela sua volta. Gostava de toda aquela atenção. Tinha que admitir, gostava de ser mimada daquele jeito e todos os presentes e amor que estava recebendo lhe fazia realmente muito feliz.

Mas não por completo. Era verdade que sentira falta de sua mãe, sentira falta de seus irmãos, sentira falta do sol e dos jardins imensos e floridos. No entanto, não estava completamente feliz.

Faltava algo...

Mas oque? O que poderia estar faltando? Sua família estava próxima, suas flores saudáveis e estava novamente em casa...estava cercada de amor e mimos...então...o que poderia faltar?

Estava trabalhando no automático, recolhendo diversas flores, até pegar uma Rosa, branca como leite, com que fez que seu cérebro parasse de funcionar por um instante. A analisou entre os dedos, lembrando da réplica em versão Negra que deixara em seu quarto no Olimpo. Sentia um vazio estranho no peito, mas nada havia mudado... talvez seus irmãos estivessem um pouco mais zelosos pela sua segurança, mas os mimos continuavam os mesmos e todos os seus desejos eram atendidos.

Então porque não se contentava com eles? Observou as pétalas brancas da Rosa e fechou os olhos.

A principio, relaxou, percebendo que talvez fosse só coisa da sua imaginação. Respirar de olhos fechados estava se tornando um habito nos últimos dias. A ajudava a recolocar a cabeça no lugar e voltar a ser a doce e mimada Perséfone de sempre. Mas quando estava pronta para abri-los novamente, um par de íris azuis tão claras que pareciam brancas lhe veio a mente. Um brilho devotado reluzindo neles e quase podia sentir seus dedos roçando sua face numa ternura infinita, enquanto lhe sussurrava no ouvido... Perséfone.

Sobressaltou-se, com o coração disparado. O que estava pensando? Ele era seu sequestrador e lhe mantivera cativa por dias a fio, sem comer! Sem carinho! Sem paz! Ele era mau! Não devia sentir sua falta! Não deveria nem sequer pensar nele!

Perturbada, olhou em volta para ter certeza de que tudo não passara de um delírio, apenas para se dar conta de que já tinha anoitecido. Estava muito escuro, mas não sentiu um medo irracional, como normalmente fazia.

Estranho... Franziu a testa.

Estava enlouquecendo. Só tinha feito aquilo para não morrer, só por isso comera aquela romã. Porque sentia falta dos mimos e não aguentava ser ignorada. Era apenas isso! Não deveria lembrar dele depois de ser salva! Ela precisava amar e ser amada, fora o único motivo de ter comido aquilo... porque sabia que ele iria voltar a lhe dar sua atenção exclusiva. Ali fora ela tinha tudo isso e muito mais.... Então porque não parava de pensar nele?

Levantou as saias e voltou para casa correndo, tentando desviar os pensamentos. Aqueles dias, tinha sido perturbadores, em cada parte do seu dia, lembrava um episódio de seu cativeiro.

O que estava acontecendo com ela?

Ártemis caminhava pelo jardim das ninfas, afinal, já havia anoitecido e a pequena Perséfone ainda estava por lá. Uma leve preocupação crescia dentro dela, seus passos estavam mais apressados, suas mãos tensas ao lado do corpo, prontas para pegarem seu arco caso encontrasse alguém que não deveria estar por lá.

Os pensamentos, a preocupação e a leve paranoia deixavam a deusa distraída, um rosnado subiu sua garganta, odiava se sentir assim, sem concentração, xingava Hades por deixar ela tão nervosa assim. Sua distração era tanta que mal percebeu os passos da deusa menor mais a frente, e se aproximando:
- Perséfone? - Chamou, se aproximando do som, dos pés da pequena.

Perséfone corria em direção a sua casa, com as vestes levantadas até os joelhos, desajeitada como sempre e apesar de incrivelmente estabanada, tomava todo cuidado do mundo para não pisar nas suas preciosas flores. Normalmente, correria pelo medo irracional do escuro, mas dessa vez não era isso que a movia. Corria porque não queria notassem sua falta e se preocupassem com sua ausência. Desde que tinha sido sequestrada, todos estavam zelosos quanto ao seu destino. Não deixavam que andasse sozinha ou que saísse a noite. O que pra ela não fazia qualquer sentido, já que Hades já não era mais uma ameaça. Ele tinha lhe devolvido de boa vontade, não foi?

Se questionava sobre sua sanidade mental após o sequestro, porque com certeza não deveria se sentir tão ofendida quanto a isso. E estava tão absorta nesse ponto que não viu quando sua irmã, Ártemis, se aproximou, praticamente se chocando contra ela.

- Ah, Artie. - refreou a corrida, desajeitada. - Desculpe, eu não te vi! E-eu...sabe, é noite...e..eu tava indo pra casa. - Sabia que já devia estar em casa, mas de verdade, perdera a noção da hora.

Mal se moveu quando a pequena bateu contra ela, só soltando um leve suspiro de alívio ao olhar para a pequena. A irritação que normalmente cresceria dentro dela, por ter que ir buscar a deusa menor, estava ausente, o jeito infantil e inocente de Perséfone parecia ser uma das coisas mais eficazes para deixar a deusa da caça mais tolerante:

- Ah, Artie. - refreou a corrida, desajeitada. - Desculpe, eu não te vi! E-eu...sabe, é noite...e..eu tava indo pra casa. - Sabia que já devia estar em casa, mas de verdade, perdera a noção da hora.

- Não tem problema... Aconteceu alguma coisa? Achei que fosse vir correndo assim que escurecesse. - Começou a andar para fora do jardim, guiando a garota, sua expressão deixando claro que estranhava o comportamento da menina.

- Não tem problema... Aconteceu alguma coisa? Achei que fosse vir correndo assim que escurecesse. - Começou a andar para fora do jardim, guiando a garota, sua expressão deixando claro que estranhava o comportamento da menina.

-Ah, não aconteceu nada. - diminuiu o passo pra andar próximo a irmã. - Eu só me distrai com as flores e perdi a hora. Sabe, elas falam muito. - sorriu animada.- Eles tinham tanto a contar, perdi tanta coisa. Soube que o sátiro Josh está namorando? - soltou um risinho descontraído. - Consegue imaginar? Ele com aquelas pernas tortas...- riu mais um pouco - Por isso eu perdi a hora e nem notei que tinha escurecido! - levantou os bracinhos pra mostrar o céu estrelado. - Eu não sei o que aconteceu, mas derrepente a noite não me parece mais tão assustadora assim. - falou um pouco séria mas logo voltou a sorrir abertamente. - Estranho né?

- Eu não sei o que aconteceu, mas derrepente a noite não me parece mais tão assustadora assim. - falou um pouco séria mas logo voltou a sorrir abertamente. - Estranho né?

Soltou um leve bufo de irritação com isso, não, não é estranho. É óbvio. pensou, os olhos focados no caminho e não na menina ao seu lado para evitar que a deusa menor notasse seu humor. Alguns pareciam tentar ignorar os acontecimentos recentes, o sequestro, o acordo, agir como se Perséfone nunca tivesse ido embora ou ficado nas mãos do odiado deus do submundo.

Ártemis ficou em silêncio, aquilo lhe incomodava, queria perguntar para a irmã o que tinha acontecido lá dentro, se algo incomodava a pequena ou a deixava confusa, mas não era a mais social das deusas, talvez uma das mais diretas, mas essa habilidade sumia perto da pequena, o medo de assustá-la ou ofendê-la, talvez até fazê-la chorar, impediam a deusa de se pronunciar. Seu humor, porém, era claro.

Ártemis bufou e desviou os olhos, o que fez com que Perséfone apenas sorrisse mais um pouco. Sua irmã era sempre muito protetora e mau humorada. Mas sabia que aquele era o jeito dela se importar e gostava disso.

-Achei que você e o Arie iriam ficar felizes de saber que eu cresci, sabe? - tentou desviar o assunto que parecia irritá-la - Vocês não viviam reclamando que eu tinha que deixar de ser bebê uma hora? - fez sua melhor pose de valente, estufando o peito e imitando Ártemis. - Viu, eu sou grandinha agora, sei até me defender. - Não queria que eles se preocupassem com ela em tempo integral.

Não que ela fosse pra guerra ou algo assim, mas que perigos poderia lhe ocorrer ali no Olimpo?

Esboçou um sorriso só de pensar na pequena tentando lutar, mas isso fez pouco para afastar os pensamentos incômodos. Virou o olhar para a deusa menor, apoiando uma mão na cabeça da menina e bagunçando o cabelo:

- Realmente, você cresceu, mas ainda não é forte o bastante pra se defender...- Parou, hesitou por um momento - Ou, ah... Hades te ensinou?

A pergunta saiu sem jeito, quase inocente, uma tentativa fraca de começar o assunto com a irmã. Tentando não ofender, independente do que pudesse ter acontecido lá embaixo, afinal, Perséfone parecia feliz, mais pensativa que o normal, e seu medo do escuro sumiu, talvez algo positivo pudesse ter acontecido.

Mas duvidava muito disso.

- Realmente, você cresceu, mas ainda não é forte o bastante pra se defender... Ou, ah... Hades te ensinou?

Olhou para cima, recordando dos dias que passara no Submundo e com uma boa desculpa para desviar os olhos da irmã. Hades ainda era um assunto meio confuso pra ela. Não o entendia. Mais ainda, não entendia ela mesma quando o assunto era ele.

- Ah...eu acho que não...Sabe, ele não me ensinou muita coisa. Quer dizer, passei a maior parte do tempo trancada no quarto. E eu senti um monte de coisas novas que nunca tinha sentido antes, mas não acho que ele tenha me ensinado nada novo. Não pra me defender, pelo menos.

Piscou, confusa, olhando para a menina:

- .... O que ele te ensinou? O que você sentiu? - perguntou, não sabia o que esperar, mas sua mente já vagava pela pior das hipóteses. Sua irmãzinha, inocente, ingênua até, maculada por aquele sequestrador.

- .... O que ele te ensinou? O que você sentiu?

-Ah, não foram coisas boas. - sacudiu a cabeça em desaprovação, franzindo a testa lembrando de como ela gritou com Hades logo no inicio do sequestro e como descobriu que podia odiar alguém com tanta força. Nunca antes tinha se alterado, e nunca antes tinha dito que odiava alguém. O que a fazia sentir muita vergonha do seu comportamento hostil dos primeiros dias. Mas caramba, quem consegue ser bem humorado com fome?

Soltou um leve rosnado, parando o andar para se virar para a menina, segurando a deusa menor pelos braços:

- O que -exatamente- ele te ensinou? O que houve lá dentro?- Sua voz estava um pouco alterada, séria, ela apertava a pele da garota com um pouco de força. Ele não ousaria. pensou, mas a duvida permanecia, e sua paciência, já pequena, estava se esgotando, sua curiosidade ganhando vantagem.

Não entendeu muita coisa. Uma hora estava distraída, relembrando como tinha sido mal criada no Submundo e na outra, Ártemis estava na sua frente, lhe segurando os braços.

- O que -exatamente- ele te ensinou? O que houve lá dentro?- A voz de sua irmã estava alterada, séria e ela lhe apertava os braços com força.

-Artie...-choramingou, sem entende o que tinha falado de errado pra acionar o gatilho de raiva da irmã. - Artie, você tá me machucando...-choramingou ainda mais, assustada com a ira estampada nos olhos dela.

Tremeu um pouco, bufou, tentando se acalmar, mas não largou da pequena, já deixando marcas nos braços dela:

- Me responda, Perséfone. - A voz parecia mais controlada, mas a preocupação, quase paranoia, era clara em sua expressão - O que ele fez com você? N-ninguém parece querer falar disso, mas... E-eu não paro de pensar no que você pode ter passado, e isso me incomoda.

Os dedos no braço da menina afrouxaram um pouco, agora só encostando na pele marcada com certo carinho. Ártemis parecia confusa, preocupada e claro, com raiva, de não saber o que havia acontecido com sua irmã ou como perguntar, sua voz falhava, a confiança da caçadora claramente fraca quando esta ficava de frente com uma criança.

- Me responda, Perséfone. O que ele fez com você? N-ninguém parece querer falar disso, mas... E-eu não paro de pensar no que você pode ter passado, e isso me incomoda.

Sentiu os dedos da irmã afrouxarem sob seu braço dolorido.

- O que ele fez comigo? - franziu um pouco a testa sem entender o que a irmã queria ouvir. - Ele não fez nada, Artie. Hades foi até bem bacana depois que eu comi no Submundo. Deixou que eu redecorasse seu castelo e tudo mais. - abaixou a cabeça. - Acho que foi por isso que ele me mandou embora...eu mexi em tudo. Ou talvez eu comesse demais...- respirou fundo e levantou a cabeça para voltar a encarar a irmã. - O que você imaginou que tivesse acontecido? - perguntou curiosa.

As sobrancelhas subiram, em surpresa, alívio. Ártemis deu um leve sorriso, talvez aquele sequestrador não fosse tão horrível, e continuou ouvindo a irmã.

- Acho que foi por isso que ele me mandou embora...eu mexi em tudo. Ou talvez eu comesse demais...- respirou fundo e levantou a cabeça para voltar a encarar a irmã. - O que você imaginou que tivesse acontecido? - A menina perguntou curiosa.

Balançou a cabeça, as mãos descendo pelo braço da deusa menor para segurar suas mãos, apertando em um sinal de carinho fraternal:
- N-nada, nada... Mas, como assim te mandou embora? Você não sabe? - seu tom já era mais calmo, mais normal para quando se dirigia a irmã.

- N-nada, nada... Mas, como assim te mandou embora? Você não sabe?

- Não sei do que? - inclinou a cabeça e franziu a testa sem entender sobre o que a irmã falava. - Hades me mandou embora porque eu estava bagunçando tudo...bem, eu acho que foi por isso. Ele simplesmente disse, de um dia pro outro, que eu ia voltar pro Olimpo, aí imaginei que eu estava dando muito trabalho. - suspirou- O que é bom, não é? Aqui, se eu ficar quietinha no meu jardim, não dou trabalho pra ninguém. - sorriu docemente.

- O que é bom, não é? Aqui, se eu ficar quietinha no meu jardim, não dou trabalho pra ninguém. - sorriu docemente.

Ártemis observou a menina por alguns momentos, franziu as sobrancelhas com as palavras dela. Trabalho? Todos amavam a menina, todos procuravam estar com ela e deixar ela feliz, se só para ter o prazer de ver o seu sorriso. Ela definitivamente não dava trabalho, só era infantil, e por isso, era tratada como menos pelos outros. Nem tiveram a decência de avisar o próprio destino para a pequena, pensou, e logo, tomou a responsabilidade de informar a irmã:

- Do acordo... Não foi de um dia pro outro, Perséfone, existe um acordo entre os Deuses. Você vai voltar para Hades, 6 meses com ele, 6 meses aqui. - Explicou, observando a reação da menor.

- Do acordo... Não foi de um dia pro outro, Perséfone, existe um acordo entre os Deuses. Você vai voltar para Hades, 6 meses com ele, 6 meses aqui.

- O QUEEEEE???

Como assim? Porque ninguém tinha falado nada pra ela? Havia dias que estava no Olimpo, não tinha desculpa para ninguém ter comentado nada a respeito. Sua mãe sabia disso? E SEU PAI TINHA CONCORDADO?? Oh Deuses...O que Hades achava disso???

O mundo girou diante dos seus olhos e por um momento jurou que seus joelhos não dariam conta de seu peso.

-Como assim, Artie...? - perguntou com a voz fraca. - Eu não vou ficar aqui pra sempre? Eu vou ter que voltar? - sua voz ficou um pouco mais estridente na última parte. Porque as pessoas continuavam a decidir seu destino sem lhe informar?? Isso uma hora acabaria por tirá-la do sério.

Se aproximou, percebendo a fraqueza da outra, se preparando para segurá-la:

- D-desculpe, eu não sabia que ninguém havia te informado... Mas sim, vai voltar... E depois, voltar pra cá.

Se sentia um pouco culpada, e seu tom, agora relativamente submisso, quase sussurrado, deixava isso claro.

- D-desculpe, eu não sabia que ninguém havia te informado... Mas sim, vai voltar... E depois, voltar pra cá.

Sentiu os olhos marejarem. Como decidiam essas coisas sem lhe avisar?

- M-m-mas...e se eu não quiser, Artie...e se eu não quiser voltar? - levantou os olhos numa suplica silenciosa para que a irmã lhe ajudasse de alguma maneira - No Olimpo ou no Submundo, eu quero poder decidir pra onde vou ou onde quero ficar... como eles podem decidir isso por mim sem me avisar?

Suspirou, não tinha respostas para a pequena, só a puxou para perto, passando os braços em volta dela em um abraço, tentando confortar a deusa menor:

- Desculpe, desculpe... - murmurou - Achei que o senhor do submundo tivesse sido ao menos gentil com você.. Não vai ser tão ruim.

Afrouxou o abraço para que a pequena pudesse se afastar se quisesse, mas não largou completamente, se sentindo culpada por trazer as notícias e deixar a adorável garota assim.

- Desculpe, desculpe... - murmurou - Achei que o senhor do submundo tivesse sido ao menos gentil com você.. Não vai ser tão ruim.

Se agarrava com força contra a irmã, com o rosto escondido entre elas. Não era isso que a chateava. O que a magoava era como todos decidiam seu destino, menos ela.

-Ele não foi tão mal assim...- murmurou. Porque todos achavam que Hades tinha lhe feito algum mal? Ela que tinha escolhido ficar sem comer. De resto ele foi até, bem razoável e protetor.

Na realidade, Hades tinha lhe tratado com todo o zelo possível e mimos que julgava necessários. Tinha sido, até, bastante legal com ela. Só não queria admitir isso pra si mesma. Ele era o vilão, e vilões não podiam ser legais!

Se afastou um pouco e olhou melhor a irmã.

- Pode dormir comigo hoje...?

- Pode dormir comigo hoje...?

Ártemis olhou de volta para a pequena, hesitando em respondê-la, não era a irmã mais carinhosa ou próxima da menina, não era a mais carinhosa ou próxima de ninguém, tirando talvez o seu irmão gêmeo. De qualquer jeito, mesmo com certo desconforto, não iria conseguir recusar algo a garota chorosa:

- ... Sim, claro, podemos falar do que quiser.. Se tiver alguma pergunta, sobre o acordo ou os acontecimentos... - Deu um sorriso sem-graça para a deusa menor.